Câncer é uma doença que atingi muitas espécies, e em
determinados casos pode vir a ser uma doença transmissível. Como está a ocorrer
desde de 1996 com os famosos Diabos da Tasmânia.
O diabo da Tasmânia é um mamífero marsupial, endêmico
da ilha da Tasmânia, Austrália. É o maior marsupial carnívoro existente, após a
extinção do tilacino.
No início do século XX o diabo foi visto como incomodo,
sendo-lhe atribuído a morte de filhotes de bovinos, sendo então caçado ou
envenenado nas fazendas. Em decorrência disto, houve significativa diminuição
da população deste animal. Em 1941, a espécie foi oficialmente protegido e seu número
começou a aumentar. Até que em 1996 houve um caso de neoplasia transmissível,
que se espalhou pela população de diabos.
O tumor que vem se espalhando entre os diabos-da-Tasmânia se
originou em um único espécime que o disseminou há 15 anos. Em ambiente externo,
as células morrem rapidamente. Assim, as células tumorais podem se transferir
de um indivíduo para o outro só se forem injetadas diretamente no corpo do
receptor. Essa passagem ocorre facilmente nos diabo-da-tasmânia porque o tumor,
que libera células com facilidade, cresce no focinho e é transportado
rapidamente a ferimentos, quando os animais contaminados mordem outros durante
combates ou disputas sexuais.
Na maioria das espécies, a entrada das células tumorais no
corpo receberia uma vigorosa resposta imune, pois a composição genética das
células difere das do hospedeiro e sinaliza, assim, a presença de um invasor. Isso
não acontece com o diabo-da-tasmânia – cuja maioria é semelhante geneticamente (devido
ao efeito fundador, onde os poucos indivíduos que foram para a ilha, não
representavam o total do pool genético da espécie). Embora o sistema imune dos
animais possa destruir os patógenos, ele ignora as células tumorais, que
aumentam rapidamente. Por fim, o câncer mata os hospedeiros, mas muitos vezes
após os animais terem passado a doença para outros.
Até o momento se conhece três tipos de neoplasias
transmissíveis:
- Tumor facial do diabo-da-tasmânia (DFTD), transmitido por mordidas.
- Tumor venéreo transmissível canino (TVTC) em cães, transmitido sexualmente.
- Sarcoma contagioso reticular do hamster-sírio,
transmitido pela picada do mosquito Aedes aegypti.
Devido ao tumor fêmeas de diabo, que antes tinha sua idade
fértil entre os 2 e 3 anos, agora já se apresentam sexualmente maduras com 1
ano, em decorrência do tumor.
Alguns pesquisadores identificaram um grupo da espécie, que
apresenta indícios de ser imune ao tumor. Esta colônia se localiza a noroeste
na ilha, e caso seja confirmado, pode ser uma esperança para salvar a espécie.
Devendo é claro produzir uma vacina para o resto da espécie, pois salvar só
essa colônia, é apagar o fogo com só um balde. Pois devido à baixa variabilidade
da espécie, e de extrema importância salvar o maior número de espécimes possível.
Para não ficarem vulneráveis a doenças.
Algumas medidas adicionais estão sendo tomadas para salvar
os diabos, entre elas é a criação em cativeiro, e o transporte deles para um santuário
na Austrália, longe dos possíveis contágios. Tendo como reserva, caso os da
ilha se extingam.
Além do câncer o diabo tem que enfrentar espécies invasoras (como
a raposa marrom), atropelamentos, e perda de habitat. Tomará que consigamos salvar essa magnifica espécie!
RISCO PARA OS SERES HUMANOS?
Como os seres humanos apresentam grande diversidade genética
e podem evitar comportamentos que favoreceriam a transmissão do tumor, parece
seguro concluir que a nossa espécie pode facilmente evitar o destino dos
diabos-da-tasmânia.
Mas em teoria, o câncer transmissível pode surgir em um
grupo de grandes primatas(como chimpanzés, gorilas), com baixa diversidade genética
devido ao declínio das populações. Se esses animais forem caçados por
populações humanas, com muitos membros com a imunidade baixa, o contato próximo
por permitir a transferências de células tumorais para o homem e depois se
espalhar. Essas condições se manifestam quando seres humanos com HIV caçam
macacos em extinção.
Estamos liberando enormes quantidades de agentes
cancerígenos no ambiente e destruindo os hábitats selvagens do mundo,
provocando perdas tanto de espécies quanto de diversidade genética. O comércio
global e a destruição dos hábitats expõem os seres humanos e a vida selvagem a
patógenos que nunca tinham enfrentado antes. Assim, podemos esperar um aumento de
novos tipos de câncer em animais selvagens, tanto contagiosos quanto induzidos
por vírus e outros patógenos. Não é totalmente inconcebível que esses tumores
possam passar para outras espécies- inclusive para os seres humanos.
Referências:
scientific american. n°56, http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/tentando_salvar_os_diabos-da-tasmania.html
Ciências sem fronteira Austrália, notícias. http://www.latinoaustralia.com.br/news-australia/Cientistas-descobrem-causa-de-tumor-que-ameaca-diabo-da-Tasmania
Estadão/planeta. http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,colonia-de-diabo-da-tasmania-se-mostra-imune-a-tipo-de-cancer,522249,0.htm
Wikipédia, a enciclopédia livre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Diabo-da-tasm%C3%A2nia
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